Mordomia Cristã

Vivemos hoje, num contexto de desordem espiritual, moral e ético. Quando estudamos à Bíblia Sagrada, aprendemos que Jesus instituiu a igreja para que os cristãos fossem um sacerdócio santo para exercer uma missão espiritual de interseção em favor dos salvos. Materialmente falando, vemos, também, que Deus ao formar o homem, deu-lhe a capacidade de ser mordomo de todos bens da terra que Ele criou (Sl 8.6; Hb 2.7-8).
A sociedade, de um modo geral, está na contramão das virtudes do Reino de Deus. Compete ao servo de Deus exercer a função de zelar pela mordomia cristã que Ele nos confiou dos bens espirituais e materiais, como diz 1 Coríntios (4.1): “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos ministérios de Deus”.
Deus nos confiou a mordomia dos bens materiais e espirituais como mordomos fiéis. Por esta razão, o Senhor faz a seguinte pergunta aos crentes, como está escrito em Mateus (24.45): “Quem é, pois, o mordomo (servo) fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, ... quando vier achar servindo assim”. Nisso, vemos que os “bens espirituais” são os recursos e os meios confiados por Deus a igreja, já quanto os “bens materiais”, são os recursos naturais e sociais que desfrutamos no mundo.
A palavra mordomo vem do latim, que significa o criado maior da casa. A função de mordomo corresponde a de um administrador dos bens alheios. Para nós, como servos no Reino de Deus, corresponde a função da mordomia administrativa que nos foi colocada para administrar os bens espirituais e materiais. Nesta função de mordomo que o Senhor nos confiou, o que mais importa é a nossa fidelidade. Pois Deus nos concedeu ilimitada confiança a qual não somos merecedores, mas um dia nos será cobrada, como Jesus citou na parábola do servo fiel (Mt 24.45-51; Lc 12.42-48).
O crente em Jesus, tem contas a prestar à Deus, que lhe será cobrado nesta vida pois “Aquilo que o homem semear isto colherá” (Gl 6.7). Como filhos de Deus, a mordomia cristã envolve a prática do amor e o exercício da fé para que em tudo sejamos fiéis à Deus. Devemos executar a nossa mordomia cristã para a glória de Deus, com gratidão pelos recursos que o Senhor nos concedeu, nesta vida.
Os dois sentidos mais profundos da mordomia cristã estão alicerçados sobre dois fundamentos mais importantes da nossa vida de servos de Deus. Um é a mordomia do amor cristão para com Deus e o próximo. Jesus disse: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37-38). O outro é a fé que devemos guardar para por meio dela realizar a obra que Deus nos confiou, como fez Paulo (2 Tm 4.7).