O Sacerdócio Celestial de Cristo

O sacerdócio celestial de Cristo, era manifestado no Santuário do Tabernáculo como sombra das coisas futuras (Cl 2.17). O ofício sacerdotal do sumo sacerdote, no Lugar Santíssimo na Tenda da Congregação, era o ritual de maior reverência do Tabernáculo. Porque ali, Deus manifestava Sua presença entre os dois querubins esculpidos em ouro sobre o propiciatório, que era a peça que tapava a Arca da Aliança. Naquele lugar sagrado, quem entrasse morreria, somente o Sumo Sacerdote podia entrar uma vez por ano, para fazer a expiação dos pecados da nação de Israel.
Assim como João, em sua visão, viu Deus entronizado no esplendor do Tabernáculo celestial (Ap 4.1-5). Assim, também, devia ser o ambiente no Lugar Santo do Santuário, onde somente o sumo sacerdote podiam entrar para que acontecesse no Tabernáculo feito por mãos de homens como é no celestial. No Antigo Testamento, os rituais com suas simbologias, tipos e figuras apresentadas no Tabernáculo, prefiguravam toda obra salvífica que Cristo realizaria na plenitude dos tempos em favor da humanidade.
Para tanto, depois de consumar a redenção eterna do pecador, Cristo como nosso sumo sacerdote, estaria à destra de Deus intercedendo pelos os que alcançarem a salvação. Como está escrito em Hebreus (7.26): “Porque nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus”.
Jesus Cristo é o sumo sacerdote perfeito, porque em si mesmo, sendo Ele a oferta e ofertante pelo pecado do homem, garantiu-nos, no calvário uma salvação eterna e eficaz. Por isto mesmo, que o sacerdócio arônico não serviu de modelo completo para prefigurar o de Cristo. “E na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de permanecer. Mas este (Cristo), porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpetuo" (Hb 7.23-24).
No Antigo Testamento a origem do ofício sacerdotal remonta a Melquisedeque, rei de Salem (Hb 7.1). Só posteriormente veio o de Arão, sucedidos pelos da sua família (Ex 29.30), assim a função sacerdotal estava restrita a tribo de Levi. No Novo Testamento, Jesus Cristo, no Calvário se estabeleceu como nosso Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque, superior a ordem de Arão.
O sumo sacerdócio arônico, estava nas mesmas condições de pecador, igual a todos demais homens (Rm 3.23). Ele morreria se entrasse no Lugar Santíssimo. Deus por intermédio de Moisés, consagrou Arão para o ofício de Sumo Sacerdote do Santuário. No seu ofício, uma vez por ano, o Sumo Sacerdote podia entrar no Lugar Santíssimo para efetuar o dia da expiação pelos pecados da nação de Israel. Entretanto o Sumo Sacerdote primeiro devia efetuar o sacrifício sagrado de purificação por si mesmo. Só depois disso, podia efetuar pelo povo israelita.
O profeta Isaías, para exercer seu ministério junto a nação de Israel, teve uma visão, que ao deparar com a glória do Trono de Deus, teve que ser tocado com uma brasa do Altar de Deus trazido por um Serafim e ser purificado para que depois pudesse exercer sua função profética junto a nação de Israel (Is 6 1-6).
Um homem de Deus ao ser chamado para o ofício ministerial, não fica isento da condição de pecador. Para que ele possa ser usado por Deus, tem que se santificar para a exercer as funções sacerdotais. Os sacerdotes Nadabe e Abiú, não atentaram para a santidade que o seu ofício sagrado requeria e ofereceram fogo estranho dentro Lugar Santo e foram aniquilados pelo Senhor (Lv 10.1-2).