O Sistema de Sacrifícios e as Ofertas Pacíficas

A igreja de Cristo precisa conhecer a aplicabilidade das cerimônias de sacrifícios que Deus instituiu na lei de Moisés (Lv 1.1-3; 2.1-3; 3.1,2). Os sacrifícios exigiam um ritual que deveria ser cumprido à risca em todos os detalhes, não era fácil, porém era necessário ao povo de Israel por ser ordenado por Deus para que o povo tivesse seus pecados encobertos.

Desde Adão e Eva, depois de haverem pecado, o justo Deus deu uma forma de punir o pecado do homem através de sacrifícios (Gn 3.21-24). Os livros de Êxodo e Levítico expressam com clareza as formas de sacrifícios a Deus pelos pecados do povo e que por tais sacrifícios a paz entre Deus e o homem era possível, pois o perdão dos pecados os aproximava outra vez.

Os sacrifícios oferecidos ao Senhor eram tanto do reino animal quanto do vegetal. Do animal, a Bíblia fala de bois, cabras, carneiros e pombos e do reino vegetal, de farinha, de cevada, de trigo, bolos e incensos. As libações eram feitas com vinho nas ofertas de bebidas. Deus não permitiu que fossem feitas ofertas de peixe e nem sacrifícios humanos (Lv 18.21; 20.2).

O livro de Levítico fala de cinco ofertas (cinco sacrifícios) para chegar-se ao sacrifício supremo que foi o sacrifício de Jesus Cristo, o Filho de Deus que se ofereceu a si mesmo como holocausto agradável ao Pai (Ef 5.2).

Todos os sacrifícios feitos no Velho Testamento apontavam para Cristo que pelo Espírito Eterno se ofereceu imaculado a Deus (Hb 9.15) para trazer benefício a todos que o receberem como Senhor e Salvador. Jesus ofereceu-se em sacrifício por nós cumprindo assim o plano de salvação. Fazendo um só sacrifício, Ele trouxe o perdão para todos, que por fé, compreendam e valorizem o que foi feito por Ele na Cruz do Calvário.

A oferta voluntária ou holocausto, a oferta de manjares, a oferta pacífica, o sacrifício pelo pecado e o dia da expiação, eram necessários e tinham grande importância na vida do povo de Deus pois era um sistema de sacrifícios pelos pecados adotado por Israel, antes de ser uma ideia do legislador Moisés, foi uma ordenança de Deus.

* Ofertas Pacíficas *

“Oferta pacífica” vem da raiz de uma palavra hebraica que significa “completar, suprir o que está faltando ou pagar uma recompensa”. No texto de Levítico 7.11-21, Deus estabeleceu princípios na sua Lei, para ensinar ao seu povo as normas de como devia apresentar suas ofertas Pacíficas ao Senhor. A dedicação dessa oferta pacífica, era praticada

voluntariamente pelo crente israelita, onde ele expressava a sua gratidão e seu amor a Deus. Nele havia um sentimento de retribuição e regozijo pelas bênçãos recebidas do Senhor. A oferta pacífica, também, era praticada por um israelita que fazia um voto a Deus.

As ofertas pacíficas apresentadas por um israelita ao Senhor, tinham dois objetivos: o de aprofundar a sua comunhão com Deus, ao apresentar sua oferta pacífica agradável ao Senhor; e levar o crente ofertante a render ações de graças ao Senhor por todos seus benefícios (Sl 118.1-4,29). Assim, o seu povo reconheceria que todos os benefícios que eles recebiam provinham do Senhor; porque “Do Senhor é a terra e sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl 24.1).

Trazendo isso para a igreja, quando apresentamos os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus num culto racional, louvando-o e adorando-o, trazendo nossos dízimo e ofertas, estamos fazendo nossa oferta pacífica (Rm 12.1). Na epístola de 1ª Tessalonicenses (5.18), o Apóstolo Paulo ensina que devemos oferecer de forma contínua ação de graças a Deus, agradecendo-lhe por todos seus benefícios (Sl 103.2; 116.12).

O povo hebreu deveria ter verdadeira gratidão à Deus por todas as bênçãos que o Senhor lhe fez, tais como: livramentos, provisões e proteção (Sl 136.10-26). As ofertas pacíficas eram efetuadas em qualquer ocasião como uma demonstração de gratidão e regozijo. Essas ofertas queimadas, expressavam, da parte do ofertante, sua paz com Deus. Por isso, eram ofertas de cheiro suave ao Senhor (Lv 3.1,5).

Os crentes hebreus, voluntariamente faziam três tipos diferentes de ofertas pacíficas ao Senhor: oferta de gratidão ou ação de graça, oferta por um voto feito, e as ofertas movidas ou voluntárias.

​As ofertas pacíficas de gratidão ou ação de graça (Lv 7.11-15), eram para agradecer ao Senhor todos os seus benefícios. O ofertante oferecia bolos fritos feitos da flor da farinha e o sacerdote retirava parte da carne do animal sacrificado: um bezerro, uma ovelha, um carneiro ou uma cabra, macho ou fêmea, “sem mancha” (Lev 3:1-17; 7.11-15; 22:21). Depois de efetuar o ritual no altar do holocausto, o sacerdote deveria comer a carne no mesmo dia.

As ofertas pacíficas do voto feito por um israelita, era de um animal sem defeito, a carne podia ser comida pelos sacerdotes até o segundo dia (Lv 7.16-18; 22.21).

Na oferta movida (Lv 7.30-31), o sacerdote tirava o peito e a coxa do animal sacrificado que eram para Arão e seus filhos (Lv 7.29-35). Porém a espádua direita era para o sacerdote que efetuasse o ritual do sacrifício no altar do holocausto (Lv 7.32-33).

Os crentes tanto do passado (judeus) como nós hoje (evangélicos), devem ser um povo feliz e grato em meio a todas as adversidades desse tempo. Seus pecados estão perdoados, Jesus os justificou, santificou e salvou. Se tornaram filhos do Deus Altíssimo e estão desfrutando do seu amor e aguardam Jesus voltar.