Lugar Santo – Modelo para a Santificação
Porque é importante para o crente conhecer a simbologia do Lugar Santo, que é o primeiro compartimento do Santuário? Em primeiro lugar, porque ele é parte do Tabernáculo, que é uma sombra do verdadeiro Tabernáculo celeste onde Deus habita no meio dos seus seres angelicais. Segundo, porque também foi do agrado de Deus, querer habitar no meio do seu povo, os hebreus: “E me farão um Santuário, e habitarei no meio deles” (Ex 25.8). Em outro texto diz assim: “E habitarei no meio dos filhos de Israel e lhes serei por Deus” (Ex 25.45).
Algumas semelhanças podemos perceber entre o Tabernáculo Celestial e o material que Deus mandou construir no deserto. Vemos, por exemplo, no Santuário, o Lugar Santo, com suas paredes feitas de madeira de acácia (ou cetim), revestidas de ouro e assentadas sobre bases de prata. A estrutura do Lugar Santo com a cobertura de linho fino com querubins habilidosamente bordados por Bezalel e Aoliabe, artesãos de Israel. Querubins foram bordados na cobertura e no segundo véu, isto é, os sacerdotes estavam envoltos na presença de Deus.
Assim como João, em sua visão, viu Deus entronizado no esplendor do Tabernáculo Celestial (Ap 4.1-5); assim também, o ambiente no Lugar Santo do Santuário, onde somente os sacerdotes podiam entrar para oficializar culto diariamente ao Senhor, era envolto de beleza. A luz fazia reluzir o ouro da mobília que contrastava com as cores azul celeste, púrpura e carmesim. Os ministrantes podiam exultar diante de tamanho esplendor dos utensílios que eles usavam. Tais rituais apontavam simbolicamente para Cristo e tudo era uma prefiguração do que os crentes são hoje: “reino e sacerdócio” de Cristo. Através da tipologia, simbolismo do Tabernáculo, Cristo abriu para nós um novo e vivo caminho, para que hoje nós, também, pudéssemos ir além do átrio e entrar no Santo Lugar.
Dentro do Lugar Santo, havia três peças que tinham significados simbólicos da obra redentora de Cristo. O castiçal de ouro, ficava do lado esquerdo da entrada, na direção sul do tabernáculo. Ele ficava de frente a mesa dos pães da proposição. O candelabro tinha uma haste central e três braços de cada lado, formando um pedestal com sete braços sobre uma base de todo em ouro maciço. Em cada haste havia um cálice no topo que era abastecido com azeite para queimar e iluminar o ambiente.
O castiçal de ouro é uma tipologia que aponta para Cristo, que é “a luz do mundo” que dissipa as trevas do pecado (Jo 8.12). Jesus é a luz que nos tira das trevas, Ele é a “testemunha fiel e verdadeira” (Ap 3.14) que nos direciona para Deus. Ele é também, aquele que julga perfeitamente as intenções do nosso coração, que esquadrinha nosso interior com riqueza de detalhes e que faz avaliações precisas sobre quem somos. “Eu sou aquele que sonda os rins e os corações” (Ap 2.23).
Do lado direito, ficava o altar do incenso (Êx 30.1-10), que estava junto ao véu que separava o Lugar Santo do Santíssimo, entre os outros dois utensílios. Era também feito de madeira de acácia, revestido em ouro, nele era queimado o incenso fabricado com ervas exclusivas (estoraque, ônica e gálbano), para uso sagrado. Tanto pela manhã quanto ao cair da tarde, o sacerdote queimava incenso neste altar, com brasas retiradas do altar do holocausto. O incenso queimado nesse altar exalava um aroma doce, agradável, simbolizando o prazer de Deus em receber a adoração do seu povo quando este se propõe a obedecê-lo.
Os sacerdotes Nadabe e Abiú, filhos de Arão, foram fulminados diante do altar do incenso quando intentaram oferecer ao Senhor incenso com “fogo estranho” (Lv 10.1-2), isto é, fogo que não procedia do altar de bronze que ficava no átrio.
Havia também a mesa dos pães da proposição (Êx 25.23-30) que estava colocada a direita na direção norte do Lugar Santo e ela era fabricada em madeira de acácia e revestida de ouro.
