Tabernáculo - Lugar da Habitação de Deus

Deus é um ser pessoal, em seu ato criativo de todas as coisas (Cl 1.16), Ele formou duas classes de seres especiais com os quais Ele se relacionaria. A primeira classe são os anjos nos céus, com quem convive e posteriormente, os seres humanos na terra com quem deseja se comunicar (Gn 1.27; 2.7,15-16,19). Vemos isso acontecer ao longo das Escrituras Sagradas, desde que Deus formou o homem e mesmo depois que Adão e Eva pecaram, continuou se manifestando a Abel e Caim (Gn 4.4-7-16).
No decorrer da história sagrada, o Pai Celeste tem se revelado a homens íntegros e tementes para se relacionar com eles, como Enoque (Gn 5.22), Noé (Gn 6.9), os patriarcas Jó (Jó 1.1.) e Abrão. Depois de se tornar numeroso, o povo ficou cativo no Egito por 430 anos e ao serem libertos por Deus (Gn 15.13; Ex 12.37,40; 14.30-31), o povo seguiu rumo a terra prometida (Gn 12.1-2). A jornada começou pelo deserto de Sur e seguiu pelos desertos de Elim e Sim, onde os israelitas murmuraram ao passar por provações e lutas (Ex 15.22,27; 16.1; 17.1,8).
Ao terceiro mês da saída do Egito, os Israelitas chegam ao Monte Sinai. Deus falou com Moisés e o povo pôde sentir a manifestação da Sua presença (Ex 19.1-19). Ali Deus elegeu Israel como seu povo e promulgou suas Leis para serem seguidas pelos Israelitas (Ex 20.1 a 23-13). Deus também deu a Moisés, a planta do Tabernáculo, que teve origem no céu, e se materializou na Terra: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25.8).
Todo o projeto de engenharia do Tabernáculo, foi arquitetado por Deus (Ex 40.1- 38), cujo modelo deu a Moisés (Ex 25.8-9), bem como a relação de todos materiais que deveriam ser utilizados na sua construção (Ex 25.9 a 27.21; 30.1-6, 17-18). O Senhor requereu também a parceria do seu povo, que participaria com suas ofertas voluntárias (Ex 25.1-7). Ele ainda chamou especificamente para executar toda obra esmerada de artifício do Tabernáculo, a Bezalel que o encheu do seu Espírito e Aoliabe, a quem deu sabedoria para fazer obras engenhosas (Ex 35.30-35; 36.1- 2).
O Altíssimo queria habitar entre o seu povo, neste propósito, mandou Moisés construir o Tabernáculo, onde Ele pudesse reunir os Israelitas diante dEle. Deus escolheu para o trabalho de manutenção do Tabernáculo e para o serviço litúrgico, a tribo de Levi. Ele nomeou Arão e sua descendência para linhagem sacerdotal. A finalidade do Tabernáculo era para que o seu povo pudesse ver Sua glória, receber Sua Palavra, apresentar sacrifícios agradáveis ao Senhor e serem abençoados.
A tenda do Tabernáculo era provisória, ela era armada e desmontada durante a jornada de Israel pelo deserto, até a posse da Terra Prometida. Esse projeto de Deus mais tarde, seria substituído pelo Templo, na Antiga Aliança. No entanto, ambos serviriam de protótipo da Igreja do Cordeiro, na Nova Aliança, que seria edificada por Jesus Cristo (Mt 16.18).
E, finalmente, com o envio do Espírito Santo (Jo 14.16), seus servos se tornaram o próprio templo permanente do Senhor: “Ó não sabeis que sois o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus” (1Co 6.19). O Tabernáculo e o Templo simbolizam a Igreja de Cristo edificada para “morada de Deus em Espírito” (Ef 2.21-22).