A Parábola das Dez Virgens, Um Chamado à Vigilância

A parábola das dez virgens, como também as parábolas dos dois servos e dos dez talentos, alertam o crente sobre a vigilância (Mt 24.45,50-51; 25.14,19,30). Elas foram proferidas por Jesus na última semana de Seu ministério, antes dEle ser preso e condenado pelos líderes religiosos. Os ensinamentos dessas parábolas fazem parte do extenso sermão profético de Jesus, onde Ele começa falando sobre os sinais da Sua vinda e conclui falando que era chegada a hora de ser crucificado e morto (Mt 24.45 a 26.1). O objetivo dessas parábolas era exortar seus discípulos sobre a necessidade da vigilância, a fim de que eles não fossem pegos de surpresa por ocasião da volta do Senhor. Essa promessa Jesus já havia feito anteriormente aos discípulos e também logo depois que Ele foi assunto aos céus (Jo 14.1-3; At 1.10).
No caso da parábola das dez virgens, Jesus usou a ilustração da celebração de um casamento judaico. Porque, segundo a tradição e o costume do povo israelita, a noiva era adornada com lindas vestes e era acompanhada de dez virgens, portando dez lâmpadas acesas. Elas aguardavam a chegada do noivo na casa de seus pais onde era celebrada as bodas. Os casamentos quase sempre eram realizados à noite e as virgens conduziam suas lâmpadas acesas e mais uma reserva de azeite, caso o noivo atrasasse. Após a cerimônia era oferecido pelos pais do noivo um grande banquete aos convidados.
Interpretando esta parábola: a noiva ataviada é uma figura da igreja preparada a espera de Cristo (Mt 22.2; 2Co 11.2; AP 19.7). As lâmpadas acesas representam a vida espiritual do crente. Jesus disse que o crente é luz e que deve resplandecer diante dos homens.; por isso, deve andar na luz para que as trevas não o apanhem desprevenidos (Mt 5.14, 16; Jo 12.35). O azeite é o símbolo do Espírito Santo, que dá a unção divina ao crente e o ensina em toda verdade para estar alerta esperando a volta de Jesus (Jo 14.17; 16.13; 1Co 3.16; Ap 22.17).
Quanto as dez virgens, não havia diferença entre elas. Todas tinham lâmpadas acesas à espera do noivo. A diferença estava na reserva do azeite; as cinco loucas (v. 3) só foram notar que estavam sem azeite na chegada do noivo, foi quando suas lamparinas estavam se apagando. Saindo elas para buscar azeite, as portas se fecharam e não puderam entrar para as bodas, apesar de rogarem ao Senhor, já era tarde demais (Mt 25.8,10-11). No verso 13, Jesus advertiu: “Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (Mt 25.13). As cinco virgens prudentes, sinônimo de pureza (2Co 11.2), eram vigilantes e tinham se preparado caso o noivo demorasse, mesmo ele tendo demorado, entraram com ele para as bodas (v. 6, 10).
Nós, como servos de Deus, somos responsáveis, individualmente, pela nossa condição espiritual (1Co 1.7; 2Co 5.17). Precisamos do conhecimento da Palavra e o discernimento do Espírito Santo para vivermos uma vida espiritual de plena vigilância aguardando o aparecimento de Jesus (Fp 3.20; Tt 2.13; 2Pe 3.12). Nas advertências que Jesus fez no sermão profético (Mt 24.30,33,37,42,44) e nestas três parábolas, o objetivo principal é a vigilância sobre a volta dEle (Mt 24.46,50; 25.6,13; 19). Apesar disso, os crentes têm se descuidado no vigiar, por falta de temor a Deus. Muitos acham que o Senhor tardará e que haverá tempo para se prepararem. Esses tais, se esquecem o quão terrível será o castigo para aqueles que assim procederem (Mt 24.51; 25.30). Vigiemos, pois, porque ninguém sabe o dia e nem a hora da vinda do Senhor Jesus (Mc 13.32-33,37).