Os dois batismos bíblicos: com o Espírito Santo e com Água

Muitos cristãos, de formação doutrinária tradicional, afirmam que somos batizados com o Espírito Santo de uma única vez, ou seja, quando ouvimos a Palavra de Deus e cremos em Jesus e o confessamos como Senhor para nossa salvação (Rm 10.8-10). Estes cristãos alegam que o Pentecostes vivido pelos 120 discípulos, 50 dias após a crucificação de Jesus, no dia de Pentecostes, foi um acontecimento único e específico para o impulsionamento inicial dos apóstolos na evangelização e estabelecimento da Igreja Primitiva (At 2.1-47).
Recebemos o Espírito Santo, não exatamente o batismo, no momento da nossa conversão como está escrito em Efésios 1.13: “Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa.” Esse “selo”, que é o penhor do Espírito, nos é dado para poder sermos participantes do corpo de Cristo (Atos 2.38 e 1Co 12.13,14). Pois é o Espírito Santo quem nos dá a certeza da salvação através da nossa filiação (Rm 8.16) e também nos dá entendimento das realidades espirituais (1Co 2.12,13).
Através desse selo do Espírito Santo, começamos a andar em novidade de vida, deixando para trás as obras da carne (2Co 5.17; Gl 5.19-21) e começamos a manifestar o fruto dEle que é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22,23). E não esquecendo que a confirmação da nossa conversão precisa ainda ser submetida ao batismo nas águas, pois Jesus disse que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrará no reino de Deus (Jo 3.5, Mc 16.16).
Mas existe um “segundo batismo” além do que recebemos na nossa conversão. É o batismo com o Espírito Santo, efetuado por Jesus (Jo.1.33; Lc 24.49; At 1.8; 2.33). Esse segundo batismo não acontece com todo cristão e não é necessário que ele aconteça para sermos salvos. Esse batismo tem a função de revestir, capacitar e dar poder para o crente que se coloca a serviço do Reino de Deus.
O crente depois de ser batizado por Jesus com o Espírito Santo, se torna mais corajoso, mais intrépido (At 4.31) e mais capacitado (At 19.6) a fazer o trabalho ordenado pelo Mestre. É a partir daí que os dons do Espírito Santo começam a se manifestar para edificação do corpo de Cristo e a manifestação do Reino de Deus entre os homens (Veja os nove dons do Espírito em 1 Coríntios 12.8-10).
Nunca nos esqueçamos que o batismo com o Espírito Santo é para revestir e capacitar os crentes para a obra de Deus e os dons do Espírito Santo para edificação da igreja. Os dons não podem ser usados para benefício próprio e muito menos para nos enaltecermos. Eles devem ser administrados com muito zelo como instrumentos auxiliadores enquanto servimos à Nosso Senhor Jesus Cristo, pois como disse o apóstolo Paulo: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1Co 12.7).