A Simbologia do Incenso no Altar de Ouro

Após uma escravidão de cerca de 430 anos, no Egito, Deus tira o povo de Israel para levá-los à terra prometida. No deserto do Monte Sinai, Deus ordena que Moisés construísse um Tabernáculo. No interior do Tabernáculo, havia um pátio (Átrio); logo em frente ao portão de entrada, ficava o Altar de bronze do sacrifício e a Pia do lavatório (Ex 31.6-9). Depois, vinha o santuário com duas divisões e seus utensílios (Ex 25.9; 26.1-15,30).

Na primeira parte, ficava o Lugar Santo, com o Altar de ouro ou incenso, a Mesa dos pães da Proposição e o Candelabro. Depois tinha um véu de linho retorcido, nas cores azul, púrpura e carmesim, simbologia da perfeição de Cristo (Ex 26,31-34). Ele separava o lugar Santo do Lugar Santíssimo, onde estava a Arca da Aliança e o Propiciatório e sobre o qual haviam dois querubins de ouro. Ali era o local onde Deus manifestava sua presença no meio do seu povo (Ex 25.8; 37.6-9).

Analisemos o altar de ouro, ou incenso, que era a última peça do Santuário. Ali Arão queimava o incenso aromáticos das especiarias duas vezes por dia. Pela manhã às 9 horas e a tarde as 3 horas. Era uma simbologia do horário em Jesus Cristo foi crucificado como aroma suave a Deus (Mt 27.45; Mc 15.25). O altar de ouro ficava na mesma posição da Arca da Aliança, separado apenas pelo véu (Ex 30.1,6). Todas essas peças, exceto o Candelabro, eram feitas de madeira de acácia, que tipificava a natureza humana que Jesus assumiu (Jo 1.1-2,14) e o revestimento de ouro puro, que tipifica a natureza divina de Cristo (Ex 37.1,25-28).

O Altar de Ouro tinha na parte superior quatro pontas adornadas com uma coroa de ouro ao redor. Anualmente o Sumo Sacerdote, aspergia sangue de animal nessa ponta no dia da expiação (Yom-Kipur) pela nação de Israel Ex 30.10; Lv 16.34). Nos dois lados do altar, havia duas argolas, com um varal, todo revestido de fino ouro (Ex 37.25-28).
No Santuário o Sacerdote entrava com temor e tremor, para adorar a Deus e diante desse altar lhe oferecer um incenso precioso, preparado exclusivamente para prestar cerimônia ao Senhor. A composição do incenso era especificamente preparada para ser queimado no altar de ouro, com as brasas tiradas do altar de bronze (Lv 16.12). A nuvem da essência do aroma perfumado, penetrava no Lugar Santíssimo, onde a presença de Deus se manifestava (Êx 30.1,7-8; 34-36).
A composição desse incenso era de uso exclusivo para o Senhor, não podia ser utilizado para outra finalidade (Ex 30.37-38). A essência era extraída de três ingredientes naturais, a saber:
- o Estoraque, era uma substância tirada da resina de uma árvore encontrada nos montes de Gileade; simbolicamente, significava as orações espontâneas dos santos (Ef 5.20: Cl 3.17; 1Ts 5.18).
- a Ônica, era um perfume extraído de um molusco marinho, o Strombus, que vive no fundo dos mares orientais. Isso é uma figura das orações do crente, que deve clamar da profundeza de sua alma (Sl 130).
- o Gálbano, era uma essência extraída da trituração das folhas e galhos desse arbusto, encontrado na Arábia, Pérsia, Índia e África. Isso apontava para o poder da oração feita ao Pai, em nome de Jesus, que foi moído por nós (Is 53.5; Mt 6.9; 1Tm 2.5).
O simbolismo do incenso sagrado da oração como oferenda ao Senhor, tem sido correspondida pelo Senhor. O salmista Davi viu sua eficácia (Sl 141.1-2, 8-10). O mesmo acontecerá com os crentes que se dedicarem com fidelidade a Deus em adoração e sacrifício vivo (Rm 12.1-2, Ef 5.2; Fp 2.17; 2Tm 4.6).