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Explicando os Pães da Proposição

Pr. José Soares Leite

Desde a chamada de Abraão, Deus se utilizou do elemento pão para marcar a sua presença entre aqueles chamados pelo Senhor. Exemplo típico disso, foi o encontro de Abraão, precursor da formação do seu povo (Jr 32.38-40), com Melquisedeque, um tipo do Sumo Sacerdócio de Cristo (Gn 14.18). Passadas as gerações de Abraão, Isaque e Jacó e após a libertação dos Israelitas dos 430 do cativeiro egípcio, essa simbologia do pão é configurada durante os 40 anos de peregrinação de Israel no deserto. Deus proveu o maná (pão) que descia dos céus, a cada manhã (Êx 16.31-35).

O propósito de Deus alimentar os israelitas com maná do céu, era para que seu povo soubesse que Deus não os abandonaria, mas que sua presença providencial estava no meio deles, naquela árdua jornada rumo a terra prometida, Diante dessa providência divina, Deus fez eles entenderem: “que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8.3).

Ao instituir o Tabernáculo no meio do seu povo, havia no seu interior a Tenda da Congregação, para que sua presença fosse manifesta no lugar chamado Santo dos Santos. Os doze pães da proposição eram colocados dentro do santuário, sobre a mesa de ouro, no lugar Santo, todos os sábados, para servir de alimento ao Sumo Sacerdote Arão e seus filhos (Lv 24.8-9).

A simbologia dos pães da proposição, apontava para a cristologia do corpo místico de Jesus (Mt 26.26), o qual seria moído pelas nossas transgressões, na plenitude dos tempos, para prover nossa redenção (Is 53.5,10-11; Gl 4.4). Nesta relação, o pão era também uma figura da Palavra de Deus (Dt 8.3). Transliterado, é o Evangelho de Cristo (Mt 14.33; Mc 1.1), que sacia plenamente a fome do pecador (Mt 4.4; Jo 6.35).

Os pães da proposição são o mais perfeito símbolo de Jesus Cristo. Confirmando isso, Jesus afirmou: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que o que dele comer não morra” (Jo 6.48-50). Jesus é o pão vivo que desceu do céu, para cumprir sua missão neste mundo e alimentar a humanidade com a sua Palavra, como diz João 1.1: “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós”. Ele falou “Quem come a minha carne... tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6.54).

Apropriando desse ensinamentos sobre os pães da proposição, vemos que através da dádiva do corpo de Cristo, nós, os crentes, somos participantes da sua carne: “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo” (Mt 26.26). Por isto, os crentes celebram com alegria a Ceia do Senhor (1Co 11.23-24); não pra comer o maná, mas os pães da proposição, como sacerdócio santo, que somos (1 Pe 2.5). Não só isto, mas também, para adentrar no lugar Santo dos Santos, pois o véu de separação do santuário se rasgou (Mt 27.51; 23.45). Agora, nós, os crentes, somos a Israel espiritual de Deus: “E, se sois de Cristo, então, sois descendentes de Abraão e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.26,29).

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