O Culto Levítico e seu Significado
Deus, ao dar o Decálogo, estabeleceu o Tabernáculo e instituiu o culto levítico com o sacerdócio e também ordenou diversos tipos de sacrifícios e oblações. Entre seus elementos estavam os sacrifícios, os cânticos e exposição da Palavra (Dt cap. 6.1-9,29,30). Através da oferta de sacrifícios ministradas pelos sacerdotes levitas, os mistérios do mundo espiritual são prefigurados pelos elementos materiais correspondentes. Dessa forma, o povo israelita receberia o indulto provisório de seus pecados, caso eles fizessem com fé e obediência.
Deus queria assegurar a eles o antídoto contra o pecado, através dos sacrifícios e cerimônias oferecidos no Altar do Holocausto, que ficava no pátio do Tabernáculo. Através do derramamento do sangue de animais inocentes, provisoriamente seria aplacado o salário do pecado do seu povo.
Deus levantou Moisés para libertar o Seu povo do Egito, e depois disso, no deserto do Monte Sinai, lhe deu as instruções para a construção do Tabernáculo (Êxodo capítulos. 25-27,30 e 31.1-11). Em seguida, Deus estabeleceu a forma teológica e congregacional do culto e nomeou os membros da tribo de Levi para o serviço no Tabernáculo. Já para a ordem sacerdotal Arônica, caberia unicamente aos seus descendentes ocupar tal cargo e efetuarem sacrifícios e os ofícios litúrgicos na tenda da congregação (Ex cap. 28-29). Desta forma, foi substituída a informalidade dos cultos, com seus altares improvisados que eram praticados pelos patriarcas Noé, Abraão, Isaque e Jacó quando ofereciam seus sacrifícios à Deus.
Entretanto, embora essa forma não agradasse à Deus (Hb 10.6), por causa da imperfeição desses sacrifícios, eles tinham que ser mantidos, porque serviam como sombra dos bens futuros (Hb 9.8-9; Hb 10. 1, 4-5). Portanto, era necessário repetir, porque era uma alegoria do Cordeiro de Deus, que é o sacrifício Único e Perfeito de Jesus Cristo (Hb 9.8-15). O Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo (Ap 13.8), e que, na plenitude dos tempos, viria (Gl 4.4). Através do sangue precioso do cordeiro de Deus seria tirado o pecado do mundo (Jo 1.29), para remissão dos pecados da humanidade para sempre (Rm 6.23; Hb 9.11-14). O Holocausto (Ex 38.1-2; Lv cap. 1), que apontava para o sacrifício de Jesus Cristo, foi quando Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho Isaque.
O Altar de bronze era a primeira peça que ficava no Pátio do Tabernáculo. Era o local onde se fazia os sacrifícios queimados por vários tipos de transgressões: pecados, ofensas, erros e sacrilégios (Lv caps. 3, 4,5,6). Ele era quadrado e feito de madeira de acácia, coberto de bronze, com 2.5m. de cada lado e 1.5m. de altura. Em cada canto tinha um cifre onde se espargia o sangue do animal sacrificado ( Lv 4.25; 7.2).
A finalidade do culto Levítico, com todos seus ritos, era para que o povo adorasse ao Único Deus Verdadeiro (Lv 9.23-24; 26.1; Ex 20.1-2), fosse abençoado (Lv 9.22), reafirmasse as antigas alianças feitas com Abraão, Isaque e Jacó (Lv 26.9.45) e professasse o credo divino (Dt 6.4, Ex 20.1-2).
É bem verdade, que todo o ritualismo do culto Levítico apontava para Cristo, mas era necessário ao fazer a oferta, observar o que Deus exige: "Os sacrifícios para Deus são o espírito aquebrantado a um coração aquebrantado e contrito, não desprezará, ó Deus” (Sl 51.17).
