O Livro de Levítico - Serviço e Adoração ao Senhor
A exposição dada por Deus para Moisés escrever no Livro de Levítico e o seu gênero literário, faz dele um manual do culto divino do Antigo Testamento que Israel devia celebrar (Lv 23). Como se sabe, isto ocorreu logo depois da saída de Israel da terra do Egito rumo a Terra prometida, ocorrido no ano 1445 a.C. O Legislador e Profeta Moisés, além de sua missão de tirar o povo hebreu da escravidão do Egito, introduziu as normas da liturgia do culto estabelecida por Deus para o seu povo Lhe servir e adorar. Divinamente inspirado, Moisés escreveu todos os livros do Pentateuco, para o povo de Deus e suas gerações futuras (Levítico capítulos 1, 5, 15, 21). Levítico ainda pode ser visto como o estatuto da purificação nacional, social e pessoal do povo hebreu (Lv 17.1-7).
No livro de Levítico, estão os princípios fundamentais das atividades cultuais de adoração e serviço ao Senhor. Aos levitas caberiam zelar pela santidade e a perfeição do culto à Deus (Nm 3.12) e prestar o serviço no Tabernáculo, de acordo com os preceitos do Senhor: ordenação, pureza moral, espiritual e física (Lv 8.1-36; 10.8-11). "E porei o meu Tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadara” (Lv 26.11). Dessa forma a glória do Senhor poderia ser manifestada (Lv 9.1-7).
Tanto no A.T. como no N.T., a verdadeira adoração à Deus, compreende o nosso serviço em pureza e santidade ao Senhor: “... portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque Eu sou santo” (Lv 11.44). Compare com Romanos 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável à Deus, que o vosso culto racional" (Rm 12.1).
Embora Deus tenha livrado os hebreus da servidão de Faraó e apesar deles terem presenciado muitos milagres, não se afastaram da idolatria e abominações egípcias; exemplo disso, foi a adoração ao bezerro de ouro (Êx 32.1-10). Os quarenta anos no deserto parecem não ter sido suficientes para que o povo deixasse essa prática pagã (Nm 14.33,34). Por esse motivo, o livro de Levítico se tornou necessário para o ensinamento da Palavra de Deus, a fim de mostrar aos israelitas a diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo (Lv 10.10; 15.31; 20.25).
Desde o princípio, o livro de Levítico foi reconhecido canonicamente. O próprio Senhor ordenou que ele fosse colocado junto à Arca da Aliança, no Tabernáculo (Dt 31.24-26). Levítico como os demais livros do Pentateuco são chamados de "Livro da Lei" (2Rs 22.8; 2Cr 34.15). Moisés, ao escrever Levítico (Dt 31.9,24), fez a principal orientação para santificação e a adoração feita para Israel: "Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus" (Lv 20.7). Os sacerdotes deveriam, em primeiro lugar, cuidar de sua própria santificação para terem condições de zelar pela santidade do povo (Lv 16.1-11). O apóstolo Paulo fez semelhante exortação aos obreiros de Cristo (1Tm 4.16).
Hoje a situação dos crentes não é diferente da exigida por Deus aos levitas e ao povo israelita. Pela mesma Palavra, Deus quer que os crentes se santifiquem para poder lhe prestar uma verdadeira a adoração e serviço, livre de qualquer contaminação mundana (Hb 12.14).
