A Bíblia e os Direitos Humanos

Segundo o conceito da Ética Cristã, a palavra direito é tudo aquilo que é justo, reto e correto à dignidade do ser humano, independente da sua raça ou cultura. Deus ao criar o homem estabeleceu o parâmetro de seu direito em duas dimensões. Em primeiro lugar, para que o homem vivesse em sociedade: "Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele" (Gn 2.18). Isto seria tanto para eles como para os seus descendentes (Gn 1.28). Em segundo lugar, Deus disse para o homem e a mulher terem domínio sobre todos bens da terra e não serem dominador um do outro, em todas as gerações futuras (Gn 1.27-30, 2.1). E também para que o homem vivesse em justiça e amor fraternal uns com os outros (Is 58.6-8,10). Assim, podemos concluir que a ideia de Direitos Humanos brota dos mandamentos de amor exarados nas Sagradas Escrituras.
Pela história da humanidade, sabemos que os Direitos Humanos foram sempre prerrogativa de uma minoria privilegiada de pessoas soberanas. Desde o tempo do surgimento das antigas civilizações pós diluvianas, surgiram os grandes impérios mundiais, com o princípio da ideia de "escravidão": Egito, Assírio, Babilônia, Medo-Persa, Grego, Romano, povos Bárbaros e os reinados medievais até chegar o século 18 (d.C). Após a revolução francesa, no ano de 1789, pela primeira vez foi promulgado em Paris, a Declaração dos Direitos dos homens e a igualdade entre os indivíduos. Esses direitos seriam válidos para todas pessoas em qualquer época ou lugar. No entanto, muitas são as nações que não obedecem esses princípios, tais como: trabalho escravo, liberdade religiosa, liberdade de expressão, direitos civis e etc.
Com uma tendência a abominação ao Senhor e outras práticas de domínio contra o próximo e apego a idolatria a outros deuses, toda a raça humana foi destruída (Gn 6.6). A terra voltou a ser povoada, novamente, através de Noé e o povo se multiplicou até os dias de Abraão. Entretanto, a mesmo estigma de crueldade do homem continuou a perdurar (Gn 12.1-3). Por causa dessa obsessão moral de domínio e escravidão, Deus elegeu, da semente de Abraão, um povo para si, os hebreus. E para que seu povo vivesse de maneira correta, sóbria e ordeira, Deus deu-lhe mandamentos e leis que constam nos cinco livros do Pentateuco, indicando a maneira correta de viver (Dt 6.1-9). Deus requer em suas ordenanças, entre outras coisas, que o estrangeiro não seja maltratado e a viúva e o órfão sejam protegidos, que o pobre não seja explorado (Ex 22.21,22,25-26). Nos seus preceitos, Deus expressa os cuidados divinos para com os menos favorecidos e o valor da dignidade humana.
Com esse padrão de conduta, os hebreus serviriam de modelo e exemplo para ser seguido pelas outras civilizações da terra. Com o advento da vinda de Jesus Cristo, o padrão divino da conduta do relacionamento humano foi ampliado. Jesus quebrou vários paradigmas da cultura de sua época. Ele colocou a dignidade humana acima do legalismo (Mt 12.10-13), quebrou o preconceito étnico ao falar com a Samaritana (Jo4.9-10); Jesus rechaçou as atitudes discriminatórias ao jantar com o publicano Levi (Mc 2.14-17) e ao receber um grupo de crianças refutou a barreira da discriminação (Lc 18.15.16).
Jesus Cristo fundou a sua igreja com várias missões na terra, entre elas: evangelizar, realizar obras sociais, visitar os enfermos e dar aconchego espiritual aos necessitados, além de realizar e defender os direitos sociais.